O uso de técnicas que façam da medição eletrônica e das linhas elétricas inteligentes - as smart grids - um negócio lucrativo para as distribuidoras de energia é o caminho certo para acelerar o desenvolvimento da tecnologia no País. A aposta é de Denis Maia, presidente da Choice, especializada em desenvolver serviços de inteligência para empresas do setor elétrico. Para o executivo, as características do mercado brasileiro fazem com que o combate às perdas de energia sejam hoje o principal incentivo para os investimentos das concessionárias de distribuição na modernização das linhas.
Nesse sentido, a Choice desenvolveu para a Light uma solução para ajuda a implementação de tecnologias de medição avançada, com medidores inteligentes e blindagem da rede. Devido ao alto custo unitário da solução, a companhia criou um sistema que ajuda a distribuidora a encontrar as localidades que, caso beneficiadas pelo projeto, garantiriam um melhor custo benefício. De acordo com a Choice, com o sistema, chamado Optimus, e tendo como comparação uma área que recebeu a tecnologia, o uso do software permitiria à Light atingir 48% mais clientes e ter um lucro 87% maior com o mesmo custo.
"O objetivo é, já que o investimento é dos mais altos, que exista um conhecimento mais detalhado e metódico de qual o maior retorno possível, em que regiões. Aí desenvolvemos o conceito, que cria um modelo de otimização", explica Maia. O executivo lembra do plano, divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de trocar todo o parque de medidores brasileiro por equipamentos mais modernos, alinhados ao conceito das linhas inteligentes.
"Em um plano em que você vai implementar os medidores nos próximos dez anos e em que isso seria feito de forma geográfica, ou aleatória... com uma otimização dessas, poderia ter diferenças que chegam na casa de centenas de milhões de reais para uma concessionária média", avalia.
Para Maia, a utilização de ferramentas como essa podem fazer até mesmo com que, em um primeiro momento, a adoção das smart grids pelas distribuidoras seja autofinanciável, por meio dos lucros que a diminuição nas perdas de energia poderia gerar. "É induscutível que o principal motivador para algumas tecnologias de smart grids e medição itneligente, não só no Brasil, como em outros países com tecnologias semelhantes, será o foco nas perdas", conclui o presidente da Choice, que teve o projeto agraciado como O projeto Optmus foi, inclusive, agraciado como o melhor em medição avançada da América Latina no Metering Latin America 2010, promovido em setembro deste ano.
Fonte:Jornal da Energia
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