quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Mercado promissor de energias renováveis e política nacional de incentivo ao uso de fontes renováveis de energia

“Como inserir o Brasil no promissor mercado (nacional e internacional) de energias renováveis. A expansão desse mercado no Brasil, no entanto, só é possível a partir do desenvolvimento de uma política efetiva de incentivo ao uso (comercial, residencial e industrial) de fontes alternativas de energia”, escreve Celso Oliveira, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biomassa e Energia Renovável.

Nosso país possui um enorme potencial a ser explorado em energias renováveis, com o qual poderá gerar energia limpa para as atuais e futuras gerações, garantir novos empregos e dividendos financeiros e tributários e ajudar no combate mundial às mudanças climáticas, com a redução da emissão de gases de efeito estufa. A diversificação da matriz energética, além de abrir novas oportunidades para a indústria, é uma necessidade do País. Avaliem os comentários:

“O investimento nos setores de energia sustentável precisam continuar a crescer se os objetivos são a redução da emissão de gases estufa, aumento do uso de energia renovável e eficiência energética,” diz o relatório, preparado com o modelo de Finanças de Novas Energias aplicado no Reino Unido tomando como base a Iniciativa financeira para energia sustentável de Paris.

“Os investimentos devem atingir, entre agora e 2030, $450 bilhões a partir de 2012, aumentando para mais de $600 bilhões por ano a partir de 2020. A performance geral do setor durante 2007 e em 2008 mostra um bom caminho para se atingir estes níveis.”

Mohamed El-Ashry, Chefe da Renewable Energy Global Policy Network REN21 disse: "Uma razão para o gradual crescimento dos renováveis é simplesmente econômica: enquanto os custos do combustível fóssil está crescendo, os custos da tecnologia para energia renovável está caindo. E com os renováveis não há custos de combustíveis nem emissão de carbono."
De acordo com o IEA, um montante de US$20 trilhões é esperado como investimento para suprir a demanda energética mundial até 2030. Se tais investimentos não forem feitos de uma forma consciente no que diz respeito ao clima, as emissões de gases estufa devem aumentar em 50% até 2050, enquanto a ciência nos diz que essas emissões devem ser reduzidas em 50% até 2050.

Os ativos financeiros na India cresceram significativamente, para $2.5 bilhões, em maior parte devido a 1.7GW em novos projetos de energia eólica. Tais instalações colocaram a Índia em quarta posição mundial, tanto em termos de nova capacidade adicionada quanto em capacidade total instalada. O investimento em capacidade renovável não-hidráulica na China aumentou mais de quatro vezes, para $10.8 bilhões, e a nova capacidade eólica dobrou para 6 gigawatts.

O Brasil precisa desenvolver urgente uma política de valorização e de uso das fontes de energias renováveis para atingir os objetivos econômicos, sociais e ambientais e de fazer face a desafios consideráveis em matéria de energia. Valorização com a desoneração tributárias para as empresas que atuam no setor de biomassa e para as empresas nacionais que produzem equipamentos e tecnologia industrial. . É necessário que as fontes renováveis sejam incluídas nas atividades de interesse da política científica, tecnológica e industrial do país.

Para tanto, deve-se estabelecer uma estrutura regulatória sólida, vinculada à criação de uma política consistente de incentivo que permita o seu crescimento constante nas próximas décadas, contemplando o uso industrial de biomassa para fins de energia (woodchips, biomassa, pellets, agropellets e briquete), parques eólicos, energia solar, centrais termelétricas a biomassa e gases provenientes do tratamento de esgotos e resíduos urbanos sólidos. A consolidação de um mercado de renovável consistente só será possível com o estabelecimento de uma política nacional para energias renováveis que esperamos que venha em acontecer nos próximos anos.

A utilização de biomassa para aproveitamento energético é de notável importância, é considerada uma fonte alternativa de energia e também uma solução de um grande problema ambiental e econômico que é a disposição final de resíduos gerados nas mais diversas atividades do setor agrícola brasileiro. Aumentar a diversificação da matriz energética de um país e reduzir sua dependência de combustíveis fósseis é uma medida estratégica importante para a garantia de suprimento de energia.

Outra vantagem é a diversificação da matriz energética incluindo fontes alternativas de energia, e também consideradas sustentáveis. Essa fonte de energia pode ser considerada um dos potenciais de MDL como fontes alternativas de energia: co-geração, gás natural e biomassa. A biomassa pode ser encontrada de várias formas como potencial energético como: os resíduos culturais agrícolas e florestais, resíduos industriais e plantios energéticos e florestas nativas.

O Estudo da KPMG Anual Global de Fusões e Aquisições de Energia Renovável em todo o mundo constatou que 37% dos grandes investidores planejam investir em projetos de biomassa, 36% tem planos de investir em energia solar e 35% em energia eólica.Os entrevistados indicam que preferem as empresas e usinas de biomassa devido ao seu potencial para render retornos muito superiores a outras tecnologias renováveis.

Com o mercado global de produtos de baixo carbono previsto para crescer 4% ao ano até 2015, temos oportunidade tremenda para assegurar que nosso futuro econômico seja baseado em bens e serviços verdes, de baixo carbono, que estimulem o crescimento, gerem empregos, combatam as mudanças climáticas e fomentem a segurança energética.

O mercado de produtos e serviços verdes do Reino Unido, que vale quase R$ 1 trilhão, já emprega cerca de 900 mil pessoas, diretamente ou na cadeia de oferta mais ampla. O Reino Unido vê a transição para uma economia verde, de baixo carbono, como importante oportunidade comercial e de emprego. A visão do Reino Unido é a de uma economia verde, de baixo carbono, com empregos gerados pelas novas tecnologias e mercados do futuro.

Com o conjunto certo de políticas, e com a adesão forte do setor privado, o Brasil tem a possibilidade de se tornar uma potência ambiental no século 21.
Fonte:Newsletter ABIB Energia Renová

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