quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Soluções de tecnologia da informação podem acelerar implantação do smart grid e economizar milhões

O uso de técnicas que façam da medição eletrônica e das linhas elétricas inteligentes - as smart grids - um negócio lucrativo para as distribuidoras de energia é o caminho certo para acelerar o desenvolvimento da tecnologia no País. A aposta é de Denis Maia, presidente da Choice, especializada em desenvolver serviços de inteligência para empresas do setor elétrico. Para o executivo, as características do mercado brasileiro fazem com que o combate às perdas de energia sejam hoje o principal incentivo para os investimentos das concessionárias de distribuição na modernização das linhas.

Nesse sentido, a Choice desenvolveu para a Light uma solução para ajuda a implementação de tecnologias de medição avançada, com medidores inteligentes e blindagem da rede. Devido ao alto custo unitário da solução, a companhia criou um sistema que ajuda a distribuidora a encontrar as localidades que, caso beneficiadas pelo projeto, garantiriam um melhor custo benefício. De acordo com a Choice, com o sistema, chamado Optimus, e tendo como comparação uma área que recebeu a tecnologia, o uso do software permitiria à Light atingir 48% mais clientes e ter um lucro 87% maior com o mesmo custo.

"O objetivo é, já que o investimento é dos mais altos, que exista um conhecimento mais detalhado e metódico de qual o maior retorno possível, em que regiões. Aí desenvolvemos o conceito, que cria um modelo de otimização", explica Maia. O executivo lembra do plano, divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de trocar todo o parque de medidores brasileiro por equipamentos mais modernos, alinhados ao conceito das linhas inteligentes.

"Em um plano em que você vai implementar os medidores nos próximos dez anos e em que isso seria feito de forma geográfica, ou aleatória... com uma otimização dessas, poderia ter diferenças que chegam na casa de centenas de milhões de reais para uma concessionária média", avalia.

Para Maia, a utilização de ferramentas como essa podem fazer até mesmo com que, em um primeiro momento, a adoção das smart grids pelas distribuidoras seja autofinanciável, por meio dos lucros que a diminuição nas perdas de energia poderia gerar. "É induscutível que o principal motivador para algumas tecnologias de smart grids e medição itneligente, não só no Brasil, como em outros países com tecnologias semelhantes, será o foco nas perdas", conclui o presidente da Choice, que teve o projeto agraciado como O projeto Optmus foi, inclusive, agraciado como o melhor em medição avançada da América Latina no Metering Latin America 2010, promovido em setembro deste ano.

Fonte:Jornal da Energia

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Indústria pode economizar 25% de energia

Brasil – Responsável por quase 40% do consumo da energia produzida no País, a indústria poderia economizar 25% dessa conta com medidas de eficiência e inovação tecnológica, indica um estudo coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que foi apresentado na última quinta-feira, 11 de novembro, em São Paulo (SP).

O potencial de redução de emissão de gases de efeito estufa, causadores do aquecimento global, apresentado pelo estudo para um período de 20 anos, até 2030, equivale a mais da quinta parte de todo o corte de emissões de carbono com o qual o Brasil se comprometeu nas metas do clima até 2020 – de cerca de 1 bilhão de toneladas de carbono.

A indústria não teve especificada ainda a sua cota nas metas oficiais.

Um primeiro segmento, objeto de análise por um plano setorial, ainda em estágio preliminar de discussão, é o da siderurgia. A expectativa é de que a indústria contribua sobretudo por meio de medidas de eficiência energética.

“Trata-se de um desafio possível de responder”, disse a diretora de relações institucionais da CNI, Heloísa Menezes. “Mas há mudanças a serem feitas, que vão precisar contar com incentivos”, completou.

Potencial. A indústria siderúrgica aparece no estudo da confederação com o maior potencial absoluto de corte no consumo de energia. Em termos porcentuais, é a indústria cerâmica quem tem o maior potencial.

“Boa parte dos fabricantes de cerâmica vermelha é de empresas de pequeno e médio porte, que ainda utilizam fornos e processos ineficientes”, afirma o estudo.

O potencial de eficiência energética levou em conta as tecnologias disponíveis e também o consumo mínimo e médio de energia elétrica e térmica pelos vários segmentos da indústria. Mas esse potencial de eficiência energética não considerou a disposição dos setores de bancar investimentos nem o custo das mudanças necessárias para reduzir o consumo de energia.

A indústria química, a de papel e celulose e a de cimento aparecem, respectivamente, em terceiro, quarto e quinto lugares no ranking dos setores que mais podem reduzir o consumo de energia. Consequentemente, são as naturais candidatas a reduzirem a emissão de gases-estufa.
Fonte: O Estado de São Paulo

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sistema elétrico muda pouco após blecaute em 18 Estados

Exatamente um ano depois do blecaute que afetou 18 Estados brasileiros, o quadro das providências tomadas e as consequências verificadas mostra que algumas mudanças serão necessárias, mas que pouco ainda foi alterado no sistema elétrico brasileiro desde que cidades inteiras, como Rio e São Paulo, ficaram completamente às escuras, por horas à fio. As fiscalizações da Aneel foram realizadas e responsabilizaram nove empresas, principalmente a Eletrobras Furnas, pelo ocorrido.

A qualidade dos fiscais, entretanto, é questionada pelo ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, que afirma que as condições climáticas é que resultaram no apagão. Mas mesmo no grupo de trabalho formado no âmbito do Comitê de Monitoramento do Setor elétrico (CMSE) chegou-se a conclusão que a hipótese de raios é a mais provável, mas não pode ser comprovada.

Em investimentos, por enquanto, contabilizados estão apenas os R$ 7 milhões emergenciais realizados para proteger a subestação de Itaberá, ponto de origem do apagão do ano passado, de chuvas mais intensas. Outras subestações, que ligam Itaipu a São Paulo, estão tendo que mudar sua blindagem para aumentar a capacidade de deter raios que possam desestabilizar a transmissão. Como consequência, a usina de Itaipu tem gerado menos energia e chegou a produzir 30% menos nos primeiros meses do ano.

De concreto até agora, é que a conta do blecaute vai chegar aos consumidores em função do acionamento de usinas termelétricas com a redução da geração de energia da maior fornecedora do país. O consultor Mário Veiga, da PSR Consultoria, acredita que mesmo a situação de reservatórios secos vividas hoje, que fizeram com que o uso de geração térmica fosse intensificado neste fim de ano, não ocorre apenas em função do clima seco provocado pelo La Niña.
As águas que chegam em Itaipu são liberadas de uma série de usinas que estão acima dela no rio Paraná, explica Veiga.

Com uma gigante como Itaipu gerando menos energia, as usinas anteriores precisam gerar mais e liberam mais água rio abaixo. Mas quando essa água chega a Itaipu, ela é vertida, ou seja, jogada fora já que a usina não pode gerar a plena capacidade. "No início do ano, as chuvas eram tão abundantes que os reservatórios transbordavam", diz Veiga. "Logo, era para termos água suficiente nos reservatórios, mesmo com o tempo seco."

O Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, diz entretanto que toda a redução de Itaipu foi compensada basicamente com usina termelétrica, logo, não seria responsável pela redução de reservatórios. De qualquer forma, o ONS informa que algumas mudanças na operação do sistema terão que ser feitas. Uma delas, que já está sendo usada, é a utilização de uma proteção tripla, conhecida como N-3, nas linhas que ligam Itaipu a São Paulo quando existe condição atmosférica desfavorável. Isso significa que, em alguns momentos, Itaipu continuará a gerar menos energia.

Mas até agora essa foi a única mudança de operação. Existem outras que estão sendo estudadas pelo ONS, principalmente para reduzir o tempo de recomposição do sistema.

Uma delas como forma de evitar que as usinas nucleares de Angra se desliguem totalmente. Outro ponto é tentar buscar alternativas para o manual dos equipamentos em geral, que prevê que eles sejam desligados automaticamente para evitar que queimem. Chipp acredita que é possível reduzir essa restrição. Além disso, também para evitar um novo blecaute na magnitude do que ocorreu no ano passado, está sendo estudada uma recomposição diferente no Estado do Espírito Santo, usando linhas de Minas Gerais. Essas medidas novas só devem entrar em operação a partir de maio do ano que vem. E os riscos só foram percebidos, segundo Chipp, depois de acontecido o apagão.

O ONS, entretanto, foi uma das empresas multadas pela Aneel. O risco de apagão era iminente, segundo alguns técnicos, pois as condições operativas em função de chuvas já estavam prejudicadas e algumas quedas significativas foram verificadas muito antes do dia 10 de novembro. Isso significa que o blecaute poderia ter sido evitado, se já estivesse sendo usada a proteção tripla. O operador está recorrendo da multa, assim como as outras dez empresas multadas em função do apagão.


A fiscalização mais forte se deu em cima de Furnas, já que foi em uma subestação da empresa que se originou o apagão. A equipe de fiscalização da agência detectou sérios problemas de manutenção, que estariam sendo causados por anos de negligência. Foi esse relatório da Aneel que levou a um embate entre agência e ministério.

Zimmermann afirma que não havia problema de manutenção em Furnas, mas sempre levando em conta relatório feito pela própria usina. O professor Sidnei Martini, que durante muitos anos foi presidente da Cteep, diz que de fato os relatórios de manutenção das empresas de transmissão são altamente detalhados. Mas lembra: "São feitos pelas próprias empresas".

A Aneel, entretanto, se calou diante do assunto. Apesar de ter repassado informações sobre as fiscalizações que realizou, o diretor-geral, Nelson Hubner, não quis conceder entrevista. Na época em que o relatório de Furnas foi divulgado, alguns diretores da agência chegaram a questionar a posição de não sair em defesa de seus próprios técnicos, fortemente atacados em sua reputação. Mesmo assim nada aconteceu.

O assunto apagão parece ter se transformado em um tabu dentro do governo federal. A falta de transparência também acabou sendo um dos ingredientes neste período, quase como um reflexo da declaração do então ministro de Minas e Energia Edson Lobão, que dois dias depois do blecaute queria decretar o assunto encerrado. Mesmo um ano depois, Furnas se recusa a falar sobre o tema e inclusive barrou a entrada da reportagem do Valor na subestação de Itaberá, interior de São Paulo. Os funcionários foram proibidos pela direção da empresa até de mostrar aonde estavam os famosos chapéus chineses, uma espécie de guarda-chuva usado para proteger os equipamentos de chuvas intensas.

Algumas explicações do que foi feito em Furnas vieram do próprio ministro de Minas e Energia e do atual diretor-geral do Cepel (centro de estudos do setor elétrico que tem como principal mantenedor a Eletrobras), Albert de Melo. Melo inclusive revela, que ao contrário do que um leigo pode pensar, os raios que podem causar um apagão são os mais fracos e não os mais fortes.

As subestações são protegidas contra raios acima, em média, de oito quilo-amperes (kA). A de Itaberá estava protegida de raios acima de 11 a 15kA. Mas chegou-se à conclusão que é preciso fazer uma blindagem maior. Hoje, Itaberá tem proteção para raios acima de 5 kA e as subestações de Ivaiporã, Foz do Iguaçu e Tijuco Preto, que compõem o sistema Itaipu, também deverão ser alteradas.
Fonte:Valor Econômico

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Painéis solares convencionais, fabricados em massa por empresas chinesas, são barreira para tecnologia nova de start-ups dos EUA

The New York Times, 12 de outubro de 2010
Start-ups do setor de energia solar instaladas no Vale do Silício que apostaram em novas tecnologias para a produção de painéis solares enfrentam agora a concorrência dos painéis convencionais fabricados na China. A combinação de queda no preço do silício com o crédito subsidiado pelo governo da China e os ganhos de escala das fábricas do país rebaixou os preços dos painéis convencionais, o que não era esperado em tempo curto pelas empresas californianas e agora impõe a elas a adoção de estratégias especiais para enfrentar a concorrência. É disso que trata o jornalista Todd Woody, do New York Times, na reportagem "Silicon Valley’s Solar Innovators Retool to Catch Up to China" (Inovadores de energia solar do Vale do Silício se reorganizam para alcançar a China).

De 2009 para 2010, escreve Woody, a pressão dos produtos asiáticos derrubou os preços dos módulos solares em 40%. Um estudo da empresa de consultoria e pesquisa Bloomberg New Energy Finance citado pelo jornal revela que 40% do mercado de painéis solares da Califórnia, o principal dos Estados Unidos, e a maior parte do mercado europeu são agora dominados por fabricantes da China. 

Com isso, ocuparam o mercado que empresas do Vale do Silicio — o jornal cita as start-ups Solyndra e MiaSolé — pensavam ocupar, com células fotovoltaicas inovadoras, feitas a partir de disseleneto de cobre, gálio e índio, ou CIGS, na sigla em inglês. Filmes finos feitos com esse material, que converte energia solar em energia elétrica, podem ser aplicados sobre vidro ou materiais flexíveis, o que permitiria a fabricação de painéis solares mais baratos. Essa tecnologia vem sendo desenvolvida nos últimos anos, com investimento do governo dos EUA e de capitalistas de risco, conta o jornalista; agora, quando finalmente as empresas chegaram ao ponto de fabricar os painéis de CIGS em escala industrial, "a economia do setor se transformou", na explicação do jornal, em razão do avanço chinês.   

Apoio do governo e custos reduzidos

A ofensiva asiática consiste em uma fórmula composta por: fortes subsídios do governo, escala de produção, empréstimos a juros baixos, mão-de-obra barata e terras a baixo custo, enumera o jornal. Os fabricantes chineses ajudaram a derrubar os preços dos painéis convencionais e conquistaram sua fatia de mercado "muito mais rápido do que se previa", conclui Woody. E as firmas dos EUA viram seu entusiasmo dar lugar a uma reorganização de estratégias em busca de nichos diferenciados. 

O jornalista relata o caso da Solyndra, que inaugurou em setembro a fábrica de painéis de CIGS, em que investiu US$ 733 milhões (R$ 1,2 bilhão). A empresa, por causa dos preços das concorrentes chinesas, já se vê obrigada a tentar diminuir seus custos de produção. O New York Times destaca que a Solyndra obteve um empréstimo de US$ 535 milhões (R$ 886 milhões) do governo federal para montar sua nova fábrica robotizada; para enfrentar a concorrência, a Solyndra iniciou a operação da linha de montagem dois meses antes do previsto e já fez um forte investimento em marketing para convencer os clientes de que seus painéis, agora mais caros do que os convencionais, têm uma relação mais positiva de custo-benefício quando computados os gastos com instalação. Ben Bierman, vice-presidente da Solyndra para as áreas de operações e engenharia, declarou ao jornal que a concorrência externa tem pressionado a empresa a reduzir preços "o mais rápido possível" por meio da ampliação do volume de produção.

Menos capital de risco à disposição

Uma das consequências desse movimento, aponta o repórter, é o crescente temor dos investidores em destinar grandes somas para essas start-ups abaladas pelo rápido avanço chinês; mesmo assim, essas start-ups ainda recebem "centenas de milhões de dólares em pedidos de clientes e algumas planejam expandir a fabricação local". Com base em dados da Cleantech Croup, empresa de pesquisa de São Francisco, a reportagem informa que o investimento de capital de risco em empresas de energia solar caiu de US$ 451 milhões (R$ 747 milhões) para US$ 144 milhões (R$ 238 milhões) entre o terceiro trimestre de 2009 e o mesmo período de 2010.

Barreira tecnológica

Segundo o NYT, a produção em larga escala de CIGS se mostrou um "enorme desafio tecnológico", que requereu o desenvolvimento de equipamentos de produção especializados. Enquanto as companhias norte-americanas resolviam os problemas do processo de fabricação do novo material, os preços do silício caíram — o que beneficiou ainda mais as empresas chinesas — como JA Solar, Suntech e Yingli Green Energy. Elas ampliaram sua capacidade de produção de painéis convencionais com o apoio de dezenas de bilhões de dólares de créditos do governo, detalha Woody.

Joseph Laia, presidente da MiaSolé, lamentou ao NYT a velocidade com que o mercado de energia solar mudou e revelou que sua empresa teve que dedicar tempo e energia, um ano ou dois antes do previsto, para a questão dos custos de produção. Em entrevista por e-mail ao jornal norte-americano, Arno Harris, presidente da empresa Recurrent Energy, de São Francisco, relatou a opção de seu grupo — recém adquirido pela Sharp — de firmar um acordo de fornecimento com a chinesa Yingli em razão dos baixos preços da asiática, além da oferta de produtos de qualidade e financiamento.

Taxas de crescimento elevadas

Woody reporta informações oferecidas a ele pela JA Solar. Segundo um de seus executivos, que falou da China por telefone, a empresa tem crescido ano a ano, dobrando seus lucros e quase multiplicando por dois sua capacidade de produção. Fang Peng, o presidente da firma, disse ao repórter que a capacidade da JA Solar chegará a 1,8 gigawatts no final de 2010; entre o início e o fim deste ano, o grupo cresceu de 4.000 empregados para mais de 11 mil. Para comparação, diz o jornal, a Solyndra deve alcançar uma produção de apenas 300 megawatts até dezembro de 2011.

Entre essas novas estratégias adotadas pelas empresas do setor no Vale do Silício, destaca o NYT, está uma ação da AQT Solar, que desenvolveu uma tecnologia patenteada para fabricar celulas CIGS a partir de modificações em equipamento até então usado para produção em série de discos rígidos. Já a Sunnyvale, informa a reportagem, que conseguiu levantar US$ 15 milhões (R$ 24,8 milhões) com investidores, teve que cortar custos limitando a produção apenas a células fotovoltaicas; com isso, o trabalho de montagem dos painéis solares passou para os clientes que compram seus produtos.

Se não pode vencê-los, junte-se a eles

Outra start-up, a Innovalight, optou por licenciar para os chineses uma tecnologia chamada de "tinta de silício", que aumenta a eficiência das células fotovoltaicas, em vez de construir suas próprias fábricas e disputar mercado com os asiáticos. "Como você luta contra enormes subsídios, empréstimos a juros baixos, mão-de-obra barata, escala e uma estratégia de governo para fazer de você a número um em energia solar?", questionou Conrad Burke, presidente da Innovalight em entrevista ao periódico nova-iorquino. "A inovação será o coração da estratégia dos EUA", disse, considerando que a sua opção não é a ideal, mas sim a possível. "Nós estamos exportando tecnologia protegida para a China e criando empregos bem remunerados aqui", contemporizou Burke.

Mesmo quando ações tentam incentivar a inovação norte-americana com uma espécie de reserva de mercado — como uma adotada pela rede varejista Wal-Mart em setembro —, o espaço dos produtos chineses continua garantido. Segundo o New York Times, o Wal-Mart assinou um acordo com uma empresa do Vale do Silício que instala painéis solares, chamada SolarCity, para colocar equipamentos com capacidade de produção de 15 megawatts em suas megastores; essa estratégia faz parte da política de sustentabilidade da empresa e inclui a exigência de uma "percentagem significativa" de filmes finos de células fotoelétricas, como os produzidos pela MiaSolé. No entanto, Woddy destaca que, entre o grande número de painéis convencionais que será colocado nas lojas, "praticamente todos serão produzidos na China". (G.G.)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Mercado promissor de energias renováveis e política nacional de incentivo ao uso de fontes renováveis de energia

“Como inserir o Brasil no promissor mercado (nacional e internacional) de energias renováveis. A expansão desse mercado no Brasil, no entanto, só é possível a partir do desenvolvimento de uma política efetiva de incentivo ao uso (comercial, residencial e industrial) de fontes alternativas de energia”, escreve Celso Oliveira, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biomassa e Energia Renovável.

Nosso país possui um enorme potencial a ser explorado em energias renováveis, com o qual poderá gerar energia limpa para as atuais e futuras gerações, garantir novos empregos e dividendos financeiros e tributários e ajudar no combate mundial às mudanças climáticas, com a redução da emissão de gases de efeito estufa. A diversificação da matriz energética, além de abrir novas oportunidades para a indústria, é uma necessidade do País. Avaliem os comentários:

“O investimento nos setores de energia sustentável precisam continuar a crescer se os objetivos são a redução da emissão de gases estufa, aumento do uso de energia renovável e eficiência energética,” diz o relatório, preparado com o modelo de Finanças de Novas Energias aplicado no Reino Unido tomando como base a Iniciativa financeira para energia sustentável de Paris.

“Os investimentos devem atingir, entre agora e 2030, $450 bilhões a partir de 2012, aumentando para mais de $600 bilhões por ano a partir de 2020. A performance geral do setor durante 2007 e em 2008 mostra um bom caminho para se atingir estes níveis.”

Mohamed El-Ashry, Chefe da Renewable Energy Global Policy Network REN21 disse: "Uma razão para o gradual crescimento dos renováveis é simplesmente econômica: enquanto os custos do combustível fóssil está crescendo, os custos da tecnologia para energia renovável está caindo. E com os renováveis não há custos de combustíveis nem emissão de carbono."
De acordo com o IEA, um montante de US$20 trilhões é esperado como investimento para suprir a demanda energética mundial até 2030. Se tais investimentos não forem feitos de uma forma consciente no que diz respeito ao clima, as emissões de gases estufa devem aumentar em 50% até 2050, enquanto a ciência nos diz que essas emissões devem ser reduzidas em 50% até 2050.

Os ativos financeiros na India cresceram significativamente, para $2.5 bilhões, em maior parte devido a 1.7GW em novos projetos de energia eólica. Tais instalações colocaram a Índia em quarta posição mundial, tanto em termos de nova capacidade adicionada quanto em capacidade total instalada. O investimento em capacidade renovável não-hidráulica na China aumentou mais de quatro vezes, para $10.8 bilhões, e a nova capacidade eólica dobrou para 6 gigawatts.

O Brasil precisa desenvolver urgente uma política de valorização e de uso das fontes de energias renováveis para atingir os objetivos econômicos, sociais e ambientais e de fazer face a desafios consideráveis em matéria de energia. Valorização com a desoneração tributárias para as empresas que atuam no setor de biomassa e para as empresas nacionais que produzem equipamentos e tecnologia industrial. . É necessário que as fontes renováveis sejam incluídas nas atividades de interesse da política científica, tecnológica e industrial do país.

Para tanto, deve-se estabelecer uma estrutura regulatória sólida, vinculada à criação de uma política consistente de incentivo que permita o seu crescimento constante nas próximas décadas, contemplando o uso industrial de biomassa para fins de energia (woodchips, biomassa, pellets, agropellets e briquete), parques eólicos, energia solar, centrais termelétricas a biomassa e gases provenientes do tratamento de esgotos e resíduos urbanos sólidos. A consolidação de um mercado de renovável consistente só será possível com o estabelecimento de uma política nacional para energias renováveis que esperamos que venha em acontecer nos próximos anos.

A utilização de biomassa para aproveitamento energético é de notável importância, é considerada uma fonte alternativa de energia e também uma solução de um grande problema ambiental e econômico que é a disposição final de resíduos gerados nas mais diversas atividades do setor agrícola brasileiro. Aumentar a diversificação da matriz energética de um país e reduzir sua dependência de combustíveis fósseis é uma medida estratégica importante para a garantia de suprimento de energia.

Outra vantagem é a diversificação da matriz energética incluindo fontes alternativas de energia, e também consideradas sustentáveis. Essa fonte de energia pode ser considerada um dos potenciais de MDL como fontes alternativas de energia: co-geração, gás natural e biomassa. A biomassa pode ser encontrada de várias formas como potencial energético como: os resíduos culturais agrícolas e florestais, resíduos industriais e plantios energéticos e florestas nativas.

O Estudo da KPMG Anual Global de Fusões e Aquisições de Energia Renovável em todo o mundo constatou que 37% dos grandes investidores planejam investir em projetos de biomassa, 36% tem planos de investir em energia solar e 35% em energia eólica.Os entrevistados indicam que preferem as empresas e usinas de biomassa devido ao seu potencial para render retornos muito superiores a outras tecnologias renováveis.

Com o mercado global de produtos de baixo carbono previsto para crescer 4% ao ano até 2015, temos oportunidade tremenda para assegurar que nosso futuro econômico seja baseado em bens e serviços verdes, de baixo carbono, que estimulem o crescimento, gerem empregos, combatam as mudanças climáticas e fomentem a segurança energética.

O mercado de produtos e serviços verdes do Reino Unido, que vale quase R$ 1 trilhão, já emprega cerca de 900 mil pessoas, diretamente ou na cadeia de oferta mais ampla. O Reino Unido vê a transição para uma economia verde, de baixo carbono, como importante oportunidade comercial e de emprego. A visão do Reino Unido é a de uma economia verde, de baixo carbono, com empregos gerados pelas novas tecnologias e mercados do futuro.

Com o conjunto certo de políticas, e com a adesão forte do setor privado, o Brasil tem a possibilidade de se tornar uma potência ambiental no século 21.
Fonte:Newsletter ABIB Energia Renová

terça-feira, 9 de novembro de 2010

sábado, 6 de novembro de 2010

Silício multiplica por dez capacidade das baterias de lítio

Silício multiplica por dez capacidade das baterias de lítio: "O silício é 10 vezes melhor do que o carbono atualmente usado nas baterias de lítio, mas não aguentava os ciclos de carga e descarga. Agora os cientistas apresentaram uma solução para o problema."